Resident Evil 4 VR para Oculus Quest 2 tem conteúdo cortado em relação ao jogo original

Uma parcela dos fãs sonha com um Resident Evil 4 Remake. Apesar de não anunciado oficialmente, o produto tem sido desenvolvido pela Capcom, como indicam documentos vazados da empresa. Mas antes do jogo ganhar os holofotes, a versão original de RE4 vai ganhar um “relançamento” para Oculus Quest 2, óculos de realidade virtual do Facebook. Só que além de uma perspectiva diferente, o título também possui cortes propositais para agradar a mídia que cobre jogos e quem integra grupos que lutam por justiça social.

Ao menos é isso que diz um artigo publicado no site The Happy Warrior, com informações exclusivas sobre supostas revisões de conteúdos que foram removidos e tinham relações específicas com “assédio sexual, expressões sarcásticas, conversas e expressões sexistas”. Em japonês, um vídeo vazado traz essas informações. A tradução de um dos textos também indica que os materiais não foram “inevitavelmente removidos como parte do processo de tradução ou portabilidade, mas feitos pela Armature Studio a pedido da OculusVR e com aprovação da Capcom“.

Algumas dessas alterações podem ser vistas em um vídeo com cinco exemplos de cenas modificadas:

 

Nas primeiras duas cenas, os flertes de Leon S. Kennedy ao seu suporte de rádio, Ingrid Hunnigan, foram removidos – no lugar, entraram interrupções por ruídos estáticos. Na terceira cena, Luis Sera é indelicado com Ashley Graham e seu suporte “balístico”, se referindo aos seios da personagem. Esse diálogo não existe mais na versão Resident Evil 4 VR.

Já na quarta cena, o autor do artigo no site The Happy Warrior notou que pelo menos 30% dos diálogos do final estão faltando e que o pior de tudo está na quinta e última parte do vídeo vazado, onde no jogo original, após os créditos, Leon admite estar atraído por Ingrid e pede o número do telefone dela, sendo rejeitado. A cena teria sido completamente apagada.

Outras observações foram feitas por diversas fontes, como vazios de diálogos previamente existentes, alteração de legendas e recursos do Resident Evil 4 original que não estariam mais presentes na versão VR. Uma das conquistas do jogo, “Secure the Ballistics“, também mudou de nome para “Secure Ashley“.

“Acho que ninguém está a salvo aqui” é uma das alterações. O original diz “Acho que não há discriminação sexual aqui”.

O autor do texto expõe que “a censura feita pelos motivos certos ainda é censura”. Existiriam outras duas revisões importantes em Resident Evil 4 VR não abordadas.

O jogo será lançado em 21 de outubro, quando os fãs vão poder tirar a prova sobre as alterações – acompanhe via página Oculus. Apesar de comuns na indústria, essas modificações preocupam quando mexem na obra inicial. O próprio Resident Evil 4 Remake, ainda não confirmado oficialmente pela Capcom, já teria sofrido um reboot parcial.

Que os fãs sejam presenteados com alterações que possam vir a somar ao futuro da franquia, não com regressões. Fingir que diálogos não existiram não vai apagar o passado de um jogo que não é recomendado para menores de idade. No Brasil, RE4 é classificado para 18 anos devido à violência. Não é algo que seja family friendly, mas que pode evoluir como um verdadeiro Remake sem mutilar a alma do original. Talvez com algum empoderamento e uma defesa a essas gracinhas que antes do “tribunal da internet” já não eram aceitáveis, mesmo em um jogo para adultos.