Resident Evil Requiem equilibra situações assustadoras, terá novas armas e foco em Grace

Diversos veículos de comunicação entrevistaram o diretor de Resident Evil Requiem, Koshi Nakanishi, e o produtor, Masato Kumazawa, durante o período da Gamescom. Essas entrevistas já estão disponíveis, depois de um período de embargo, e revelam mais detalhes do desenvolvimento do jogo.

O REVIL leu boa parte dos conteúdos e reúne nesta postagem detalhes das conversas com jornalistas e alguns influenciadores. Requiem marca o retorno à Raccoon City, tenta equilibrar situações assustadoras, terá novas armas e foco na nova personagem, Grace Ashcroft.



Em entrevista ao Denfaminicogamer, o diretor Koshi Nakanishi estimou a equipe de desenvolvimento entre 150 a 200 pessoas e voltou a falar sobre os dois tipos de visão. Em primeira ele considera que há partes “assustadoras demais” em Resident Evil Requiem e que mudar para a terceira pessoa pode ser uma forma de amenizar o medo, trazendo uma sensação de segurança ao ver o personagem em primeiro plano.

Sobre armas, disse que há coisas que vão aparecer pela primeira vez, mas não deu detalhes. O elemento central de Resident Evil é o horror, mas há outros como combate, exploração e gerenciamento de recursos. Ao derrotar inimigos, os jogadores coletam suprimentos e encontram maneiras de lutar, situações que vão estar presentes em Requiem, mas estão tentando adicionar novos elementos também.

Sobre a criatura que persegue Grace, a inspiração foi em personagens anteriores que tiveram esse papel, como Jack Baker de Resident Evil 7 ou o Tyrant (Mr. X), mas que há algo mais exclusivo para Requiem. Os sons da criatura na demo são baseados na voz de Lisa Trevor do remake original de Resident Evil, mas não são da versão final. O diretor esclareceu que foi algo temporário e utilizado para a demo. Os sons despertaram a atenção da comunidade.

Koshi Nakanishi também falou que avanços tecnológicos estão levando ao desenvolvimento de mais jogos de terror. Citou Resident Evil 7 VR e o remake de Resident Evil 2 como exemplos que expandiram o escopo do que pode ser expresso.

Em entrevista à IGN do Japão, o diretor falou da criação de Requiem. Disse que quando RE7 foi lançado, muitos disseram ser “muito assustador e divertido”, mas houve reclamações de fãs de longa data. Há quem também disse que era “assustador demais para jogar”. Ele garantiu ter dado ouvido a essas vozes e falou sobre equilíbrio em termos de jogabilidade. A demo foi especialmente pensada para causar terror, mas há outras partes de ação. Comparou com RE7 quando, em alguns momentos, as pessoas faziam comparação com o jogo “Outlast” antes mesmo do lançamento e quando o título completo foi lançado foi diferente.

O diretor do jogo, Koshi Nakanishi, e o produtor Masato Kumazawa falaram que Grace Ashcroft é uma nova personagem que representa Resident Evil – assim como Leon S. Kennedy, Jill Valentine e outros que representam demais jogos. A cena de abertura da Gamescom com Grace e a mãe Alyssa Ashcroft foi pensada para apresentar a personagem.

O produtor disse que as batalhas evoluíram em relação aos jogos anteriores e que serão mais estratégicas. Já o diretor falou que quer manter as cenas e o clima do jogo com uma pegada de terror de filme/jogo B, mas sem ultrapassar a linha tênue entre horror e riso. Cita como exemplo a cena de Mia Winters em Resident Evil 7 quando ela persegue com uma motosserra, algo considerado engraçada por jogadores. Em Requiem, garantiu que houve um ajuste na curva para que jogadores não se sintam entediados, dando a sensação maior de realização e tensão.

O cabelo de Grace tem a mesma base técnica da Diana em “PRAGMATA”, outro jogo da Capcom, devido à RE Engine, onde é possível atualizar processos mutuamente devido ao motor gráfico.

Diana (D-I-0336-7) é um Pragmata, androide criado a partir de lunafilamento, com a aparência idêntica a de uma garotinha

Em outra entrevista para a IGN, o produtor Masato Kumazawa disse que o jogo não foi planejado para o aniversário de 30 anos de Resident Evil, mas que “o desenvolvimento foi concluído e o jogo está pronto para ser lançado em 2026, com o aniversário de 30 anos”. Ele não falou sobre novidades específicas, mas disse que os jogadores vão ficar felizes em como conseguiram misturar abordagens inovadoras e uma nova personagem com coisas que os fãs vão reconhecer.

Grace Ashcroft em arte de aniversário de 30 anos de Resident Evil

Ao site Gameinformer, o produtor afirmou que os zumbis estão de volta e que estão focando em uma variedade maior de monstros e criaturas. Sobre a presença de Alyssa Ashcroft (Resident Evil Outbreak), o diretor Koshi Nakanishi disse ter sido a escolha perfeita para Resident Evil Requiem e que outro personagem não foi cogitado. Ela passou pelo incidente em Raccoon City, sobreviveu e continuou como jornalista investigativa para expor tudo que aconteceu, mas que pagou o preço pela curiosidade e supostamente ficou muito perto da verdade, com alguma entidade ou alguém que a matou para silenciá-la. Ter Grace e Alyssa, duas gerações de Ashcroft e com Grace assumindo a função da mãe e investigando a morte, foi perfeito para avançar com a série principal.

 

Koshi Nakanishi também dirigiu Resident Evil 7. Quando questionado se esse seria o mais assustador Resident Evil de todos os tempos, falou que o jogo será, mas não quer que seja um jogo tão assustador que desmotive as pessoas a continuar a jogar. O produtor Masato Kumazawa disse que a mudança de câmera faz parte disso e que se estiver muito assustador em primeira, o jogador pode trocar para terceira pessoa.

O diretor foi questionado sobre Requiem fazer parte de uma trilogia, que envolveria também RE7 e Resident Evil Village. Ele disse que considera RE7 e Village uma duologia que foi concluída com a história de Ethan Winters e que o nono jogo que está voltando à linha principal da série para depois seguir em frente. Afirmou que muitos no time da Capcom são fãs de verdade de Resident Evil e que a volta à Raccoon City é excitante. Acredita que os jogadores vão especular ainda mais e terão ainda mais questões sobre o assunto.

Chris Redfield e Ethan Winters em Resident Evil Village

Ao site Gamesradar, o diretor Koshi Nakanishi falou sobre a volta às raízes da história geral da série, o que difere de RE7 e Village que teve o arco de Winters e o Mofo. Quando questionado se isso também era uma pista do retorno de personagens por conta do cenário ser em Raccoon City e, ainda, da Umbrella, ele não respondeu diretamente. O final de Village também deixou em aberto o destino de Chris Redfield. “Fique tranquilo, tenho certeza de que Chris está em ação em algum lugar do mundo, mas por enquanto não estamos realmente olhando para ele”, disse Nakanishi.

Sobre Grace, o diretor afirmou que ela não fica completamente aterrorizada e indefesa no jogo todo e que poderá pegar armas e atirar. A evolução dela será gradual e ela irá superar o medo de alguma forma. Nessa entrevista voltou a falar sobre RE7 ter sido considerado muito assustador para algumas pessoas continuarem a jogar até o final e que a Capcom moderou isso em Requiem para que todos pudessem curtir.

Resident Evil 7 foi considerado assustador demais

Resident Evil Requiem é mais no estilo de Resident Evil 7 ou do Resident Evil 2 Remake, com exploração e retorno a áreas. Não é como Resident Evil 4 e Village que são mais voltados para o lado da ação da série. Por isso, Requiem terá alguns elementos clássicos de Resident Evil que puderam ser vistos na demo. “Acho que Resident Evil 2 e Resident Evil 7 refletem o design de jogo típico a série, onde você não consegue manter a tensão do terror no máximo durante todo o jogo, porque pode ser bastante exaustivo. Então, precisamos ter esse tipo de curva de ritmo dinâmica, onde você terá uma sequência muito tensa e assustadora, e então lhe daremos um pouco de alívio ou catarse disso – talvez uma exploração um pouco mais pacífica ou um combate emocionante antes de gradualmente trazê-lo de volta à parte do terror da curva. Essa é uma prática padrão para Resident Evil”, disse o diretor.

Ao site Cnet, o produtor Masato Kumazawa falou que a jornada de Grace é a base de todo o jogo. Nessa outra entrevista, o diretor Koshi Nakanishi relacionou RE7 com Requiem, onde o jogador começa completamente indefeso, aterrorizado, mas gradualmente consegue armas e se defende mais. O autor do Cnet admitiu não ter jogado Resident Evil 7 por ter considerado o jogo muito assustador.

Ao site Eurogamer, o diretor falou sobre a curva de tensão em jogos da série que terminam em um clímax. Do susto, à superação com uma “montanha-russa incrível”. Ele contou que isso tem sido testado no desenvolvimento e que estão “se colocando na mentalidade dos jogadores”. O método como um inimigo persegue jogadores está sendo cuidado para ser diferente em relação aos outros da série.

Ao site Famitsu, o diretor comentou o fato desse ser o primeiro para uma nova geração de videogames, PlayStation 5 e Xbox Series X|S. Disse que conseguiram alcançar algo em termos de expressão gráfica que não era possível antes, desde iluminação com luz e sombra ao suor e o cabelo de Grace Ashcroft, o que permite transmitir emoções. A demonstração da Gamescom apresentava uma mensagem sugerindo ao jogador que a perspectiva recomendada era em primeira pessoa. O diretor afirmou que isso foi preparado para a demonstração e não é algo que será exibido nas cenas do jogo principal, com sugestões para troca de perspectivas.

Os jogadores não precisam conhecer o passado da série para jogar Resident Evil Requiem, algo que o diretor já havia antecipado em entrevista para a Capcom Germany na Gamescom. Nem todo jogo se passará em Raccoon City. A demo, por exemplo, se passa em uma área diferente. Ainda sobre a demonstração, contou que faz parte do jogo principal, mas o posicionamento de itens e alguns aspectos foram ajustados.

Ao site Everyeye, o produtor Masato Kumazawa falou que a duração de Requiem é semelhante à do remake de Resident Evil 4. Ele sabe que os fãs gostam quando existem elementos que levam a rejogar um Resident Evil, mas não detalhou o que terá no nono título. Disse, apenas, que há coisas divertidas nesse sentido.

Ao site Nmiagaming, o diretor Koshi Nakanishi falou sobre a menção à Alyssa Ashcroft em um arquivo de Resident Evil 7. Disse não ter relação com Requiem e que foi apenas um easter egg de RE7, algo que ele gosta de trazer a jogos, mas que ter Alyssa na história do novo jogo é uma combinação perfeita. Ele também mencionou ter trabalhado em Resident Evil Revelations e que há um easter egg com Clive R. O’Brian em RE7, com o livro “The Unveiled Abyss”, escrito pelo personagem, em um dos cômodos da propriedade Baker. É uma maneira divertida de conexão para os fãs e não necessariamente um grande plano para usar novamente do personagem.

O título Requiem é tanto para se referir a um réquiem às pessoas mortas em Raccoon City, quanto aos sobreviventes restantes, como Alyssa e agora Grace. Sobre a criatura da demo, o diretor disse que os jogadores terão que jogar a história completa para descobrir a verdade sobre ela.

O marketing de Resident Evil Requiem tem focado na personagem Grace para dar aos jogadores a oportunidade de conhecê-la antes da campanha, algo que difere de RE7 e Village, onde a Capcom teve que focar em vilões, com os Bakers e Lady Dimitrescu, pois o personagem principal, Ethan, não tinha um rosto. O produtor Masato Kumazawa contou que a popularidade de Jack Baker e Lady Dimitrescu não foi planejada, mas se tornou viral entre os fãs, o que deixou os envolvidos nos jogos felizes.

Resident Evil Requiem vai ser lançado em 27 de fevereiro de 2026 para PlayStation 5, Xbox Series e PC via Steam. Terá dublagem e legendas em português do Brasil.