Resident Evil 7 ganhou uma atualização para a mais recente geração de videogames, assim como dois importantes remakes que mexeram com a comunidade na Raccoon City de 1998, Resident Evil 2 e Resident Evil 3. Quase duas décadas depois do incidente que marcou os fãs, a franquia chega ao ano de 2017 com a busca de Ethan Winters por sua esposa, Mia, na Louisiana.
Se aventuram em análises de Resident Evil 7 para PlayStation 5 e Xbox Series S a colaboradora Nicole Bounce e Ricardo Muzykant, do REVIL. Será que faz a diferença migrar entre gerações só para jogar RE7?
PlayStation 5
Por Nicole Bounce
Em 2022, os consoles da nova geração receberam suas versões dos jogos recentes da franquia Resident Evil e, como já analisamos as versões reimaginadas do Resident Evil 2 e do Resident Evil 3, chegou a vez de dar uma checada no Resident Evil 7. A versão objeto desta análise é a de Playstation 5 e tem muita coisa interessante para comentar. As features de nova geração para RE7 não se resumem apenas a resolução maior e fps mais estáveis. A implementação do ray tracing e a alta taxa de quadros, beirando os 120 hz, fazem com que a experiência de revistar a história da família Baker seja ainda mais assustadora.
Comecemos pelo upgrade gráfico. Assim como Resident Evil 2 e 3, Resident Evil 7 recebeu um bom trabalho no que tange o aperfeiçoamento de texturas, assets e composição de cenários. Aqui, tudo fica mais “vivo” e com aquele gostinho “crocante” ao ver o jogo rodando em 4K nativo e a 60 fps cravados na grande maioria do tempo.
O ray tracing é uma grande adição e muito bem vinda. A implementação dele pela Capcom foi muito bem pensada usando estrategicamente a iluminação global, fazendo com que a atmosfera do jogo mude completamente. Temos lugares mais escuros, iluminação mais condizente e difusa, além dos famosos reflexos em vidros e poças d’água que, sinceramente, não fazem muita diferença já que o protagonista não tem reflexo, né? Já o modo 120hz traz uma fluidez enorme ao jogo, fazendo com que os movimentos sejam mais rápidos, precisos e, talvez, ajude você a conseguir aquele troféuzinho chato do modo hospício.
O Dualsense não foi extremamente bem utilizado em nenhum dos 3 jogos (como já comentado nas análises publicadas no REVIL), mas, a tecnologia do controle com o feedback háptico e os gatilhos adaptáveis fazem com que você fique mais imerso dentro do jogo ao puxar do gatilho. Mesmo não sendo aproveitado com todo o seu potencial, você consegue sentir uma resposta satisfatória do peso de uma arma, o impacto que ela causa, além das ações feitas dentro do jogo, etc, o que contribui para a imersão do jogo.
Vale ressaltar que, diferente das reimaginações, Resident Evil 7 consegue se manter estável em suas duas opções gráficas. Você pode escolher também não habilitá-las nos 3 jogos, caso você queira ter uma experiência mais fluida e próxima à experiência original proporcionada pela versão do PS4.
Um dos grandes pontos positivos dessa atualização é poder experienciar o jogo novamente (assim como o RE2 e o RE3) com uma roupagem nova e aperfeiçoamento que só a nova geração pode proporcionar, lembrando que é o mesmo jogo, mas com implementações e refinamentos!
Por fim, minha experiência com o RE7, além com os outros dois jogos no PS5, foram bastante satisfatórias. Como sou do tipo que pára e aprecia cenários e presta atenção nas mudanças, já notei logo de cara o quão melhor essas versões aprimoradas ficaram, seja na iluminação, na fluidez da gameplay, no refinamento de texturas, na imersão que o controle passa ou nas mudanças que o ray tracing consegue trazer para atmosfera como um todo.
Lembrando que essa atualização vale como um jogo novo! Se você ama platinar jogos assim como eu, ganha uma nova lista de troféus a serem conquistados, além da chance de ter várias enxaquecas novamente com os desafios tenebrosos que só Resident Evil 7 pode proporcionar.
- Leia também: Capcom corrige erro no final de Resident Evil 3 e outras falhas em atualizações com RE2 e RE7
Pontos positivos:
+ Revisitar a experiência com as melhorias da nova geração;
+ Várias opções gráficas e de desempenho;
+ Iluminação melhorada;
+ Gameplay mais fluída.
Pontos negativos:
– Má utilização do dualsense e suas funcionalidades.
NOTA
7*
Xbox Series S
Por Ricardo Muzykant
Um UPGRADE discreto, porém bem vindo.
Resident Evil 7 é o grande responsável pela recuperação da franquia e da qualidade em geral dos games da Capcom. Afinal, este foi o jogo que introduziu, a agora famosa, RE Engine que a companhia japonesa faz questão de usar em quase todos os seus jogos.
Sendo o primeiro jogo nesta nova engine, é normal que ele não tenha o visual tão refinado quanto Resident Evil 2 (2019) e o próprio Devil May Cry 5, que até hoje me parece ser o jogo mais bonito da empresa. Mas não deixa de ser impressionante ser revisitado.
Agora atualizado para a nova geração de consoles, RE 7 conta com algumas melhorias de desempenho e gráficas. Mas será que este upgrade faz diferença na hora de escolher qual versão jogar?
Para esta análise jogamos em um Xbox Series S e obtivemos resultados muito semelhantes aos dos Upgrades em RE2 e RE3. Resident Evil 7 não se torna um jogo totalmente novo na 9ª geração de consoles, mas ganha adições que tornam sua jogabilidade mais fluída.
No Series S, a meta de resolução do game é de 1440p, rodando a uma taxa de quadros de 60fps, independente do recurso de ray tracing estar ligado ou desligado. Com o recurso de traçado de raios ligado, temos pequenas quedas de FPS perceptíveis ao olho nu em momentos de maior estresse, como quando há mais inimigos na tela. Algumas cutscenes também apresentam quedas de FPS e dão aquela famosa “engasgada” que não parecem ter um motivo determinado. Pode ser que você, jogando em sua casa, não encontre esses pequenos travamentos nos mesmos pontos que tivemos.
A queda de FPS é mais notável e constante com o RT ligado durante os modos extras do game, visto que, em boa parte desses modos, temos mais ação e inimigos aparecendo.
Já quanto ao efeito do ray tracing em si, temos aqui uma implementação mais sutil do que tivemos em RE2 e RE3, mas sem os bugs de iluminação vistos na primeira reimaginação da Capcom. Neste modo, a iluminação é muito melhorada, deixando tudo com um tom mais natural. Temos sombras em pequenos objetos que não pareciam ter incidência de luz na versão antiga, como a própria mão de Ethan (Quantas ele ainda tem?) que agora apresenta sombras nos dedos devido ao manuseio das armas. Os reflexos em si, que tanto foram a propaganda desta nova geração, não parecem ter uma grande melhoria ou atenção. Claro que está melhor do que visto anteriormente, mas nada que mude totalmente a experiência.
O grande atrativo dessas atualizações tem se mostrado no desempenho dos games e não é diferente com RE7. No modo com o RT desligado, não temos as melhorias de iluminação e nem os reflexos melhorados, em detrimento a termos uma taxa de quadros cravada a 60 fps. A resolução permanece a mesma, dando a jogabilidade a sua versão mais fluida desde o lançamento original.
Mais uma vez na avaliação destes updates, a forma recomendada de jogar seria no modo desempenho com o RT desligado, tendo em vista que as mudanças apresentadas pelo modo não representam um ganho significativo de qualidade. Entretanto, apesar das mudanças serem sutis no geral, o ganho de desempenho no game e a velocidade dos loadings, sempre um destaque nesta geração, fazem o pacote de upgrade ser muito bem-vindo tanto para aqueles que já possuem o game, quanto para aqueles que ainda não jogaram um dos melhores jogos da franquia.
OBSERVAÇÃO: Não foi possível testar o modo de 120hz, pois não tínhamos um monitor adequado disponível.
Pontos positivos:
+ Upgrade gratuito para quem já tinha o game;
+ Desempenho sólido independente do modo escolhido.
Pontos negativos:
– Modo RT não apresenta uma melhoria visual significativa.
NOTA
7.5*
*A nota final (geral) é uma média entre a consideração do primeiro (7) e do segundo avaliador (7.5).
As imagens presentes entre as análises são de divulgação de Resident Evil 7 para a nova geração. Não há a indicação de console onde as capturas foram realizadas.
Colaborou com a revisão do textos: Natália Sampaio